Legalmente, está descrito indelevelmente que todos os locais públicos, bem como prédios habitacionais, devem estar dotados de capacidades de acessibilidade para indivíduos com qualquer tipo de faculdade reduzida, seja ela em termos de mobilidade ou sensorial. Associado a isto, é preciso compreender que as dimensões destas adaptações devem ser pensadas para que alguém de cadeira de rodas, a título de exemplo, consiga proceder aos seus movimentos sem impedimentos estruturais.
É neste sentido, e para facilitar a compreensão acerca da tipificação das cabines dos diversos elevadores, para que estejam aptos a pessoas com os mais variados tipos de problema de saúde, que abordarei neste artigo as dimensões e medidas ideais para as diferentes modalidades de elevadores.
Tipos de Elevadores para Indivíduos com deficiência motora ou sensorial:
Dependendo da barreira arquitetónica que se coloca perante o indivíduo com problemas sensoriais ou de mobilidade, existem diferentes variedades que os podem resolver. Abordaremos cada um, de forma breve, apresentado as suas dimensões ideais:
Rampa para Escadas
No caso de escadas com largura suficiente, pode ser colocada ou construída uma rampa que anule o efeito negativo das escadas para indivíduos de mobilidade reduzida.
Estas rampas devem ser de um material não derrapante, largas o suficiente para uma cadeira de rodas ou andarilho, e devem dispor de corrimões de apoio. Existem modelos em aço inoxidável com linguagem braille para que um indivíduo cego possa compreender a distância a percorrer, onde está a entrar, etc.
No caso das rampas, podemos falar de uma largura de um metro, bem como espaço no início e final das escadas para que, no caso de andarilhos ou cadeira de rodas, haja espaço para manobras de adaptação à rampa.
Elevador para Pequenos Desníveis
Um elevador para pequenos desníveis funciona tanto em espaços fechados como exteriores. É facilmente instalável numa parede, e possui uma entrada na zona mais baixa, com uma saída do outro lado a 180º. Assim sendo, o seu uso é fácil para alguém com problemas motores ou sensoriais: basta que entre de frente, esperar que o elevador suba, e sair para a mesma direção.
Para que um elevador para pequenos desníveis esteja totalmente adaptado a indivíduos com dificuldades motoras, e que necessitem de um terceiro que o ajude a manipular a cadeira de rodas, toma-se como dimensão ideal a mesma de uma cabine de um elevador comum: 1mx1,2m, ou idealmente 1,4mx1,2m.
Elevador Salva-Escadas de Aplicação Lateral
Neste caso, abordamos os chamados salva-escadas, modelos de elevação que são, de uma forma simples, uma cadeira embutida lateralmente às escadas, que depois possui um motor que permite que a pessoa “suba as escadas”, sentada, de forma confortável.
Este modelo tem, todavia, um problema. Um indivíduo em cadeira de rodas terá de sair da mesma para se sentar na cadeira do elevador, o que obrigará uma segunda pessoa a transportar a sua cadeira de rodas para o piso superior.
Para este modelo, não há muitas considerações a tecer sobre as dimensões: deve ser adaptado ao tamanho comum de um indivíduo.
Todavia, há modelos com plataforma: neste caso, aplicam-se os valores já apresentados, que são os considerados ideais para o movimento de um indivíduo em cadeira de rodas. Estes são extremamente raros de encontrar, já que as escadas interiores normalmente não têm espaço para acomodar este modelo.
Elevadores Comuns ou Unipessoais de Baixa Velocidade
Falamos dos elevadores comuns, que encontramos na maior parte dos prédios e edifícios comerciais, públicos, etc. A diferença entre os elevadores comuns ou os unipessoais de baixa velocidade é que os segundos são normalmente aplicados em vivendas privadas, e se movem a mais baixa velocidade, e menor consumo energético.
Neste caso, as dimensões ideais, para ambos, são as de 1,2mx1,4m, ou, no mínimo dos mínimos, 1mx1,2m.
Este espaço, tal como no caso do elevador para pequenos desníveis, serve para alguém que esteja em cadeira de rodas possa manobrar-se dentro da cabine, ou estar acompanhado por outra pessoa, no caso de não conseguir efetuar as manobras por si.
E qual é o tamanho ideal de uma cadeira de rodas?
Dependerá sempre da anatomia da pessoa em questão. Podemos falar de valores que variam entre os 53 e 76 cm de comprimento e entre 98 e 110 cm de largura. Estamos a falar no caso de cadeiras de rodas manuais. No caso das cadeiras de rodas elétricas, as medidas são bastantes semelhantes.
É necessário afirmar que existem marcas que são capazes de oferecer modelos adaptados à fisionomia do paciente: claro que isso custará mais dinheiro.
Felizmente, o sistema de saúde poderá indicar-lhe um especialista na área, e há bastantes lojas com especialistas que poderão encaminhá-lo/a para o modelo que melhor se aplica a si, tanto em dimensões como em modalidade: manual ou a motor elétrico.
Quem define estas dimensões?
Estas dimensões são definidas por lei, mas constantemente debatidas por associações que se devotam ao apoio a indivíduos com imparidades físicas ou sensoriais. Assim, é normal que possam evoluir no futuro. É de notar que, segundo a lei, todos os prédios deveriam ter condições de acessibilidade segundo as normas: tal não é o caso.
Quem devo contactar se um edifício público não apresentar estas dimensões, ou acessibilidade no geral?
Deve falar com as associações que se dedicam a este trabalho cívico, bem como aos órgãos governamentais da sua freguesia; por outro lado, uma carta à DECO pode ser o suficiente para levantar um processo cívico para a alteração das acessibilidades de um edifício, pelo que deve ter, acima de tudo, a noção de que deve fazer valer os seus direitos, qualquer que seja o seu tipo de incapacidade.