Nem todos os elevadores são modelados como os que habitualmente vemos em espaços comerciais: pelo contrário, existe um mercado extenso e versátil a este nível, tanto para casas particulares como para prédios, adaptáveis e com diferentes modalidades de carga e dimensões.
Estes, nas casas particulares, unem os andares para uma mobilidade mais confortável, tanto de pessoas, como de cargas, cuja necessidade se sublinha quando alguns dos moradores tem mobilidade reduzida. No caso dos prédios, existe mesmo legislação que pode tornar obrigatória a presença de um sistema de elevação que promova a total acessibilidade no interior do mesmo.
Assim sendo, abordarei as diferentes modalidades, de menor tamanho e para uso particular, de forma a desmistificar o tema.
Elevadores para Prédios
Para falarmos de elevadores para prédios, e devido à legislação portuguesa, vejo-me na obrigação de citar uma porção do decreto de lei relativo à acessibilidade em espaços públicos, que tem em consideração justamente estes edifícios.
Assim sendo, segundo o Decreto-Lei n.º 163/2006, podemos ver, no Artigo 2º, que “3 – As normas técnicas sobre acessibilidades aplicam-se ainda aos edifícios habitacionais.”
Mas quais são, ao certo, as normas técnicas a ter em conta?
Infelizmente, a lei portuguesa não contempla, de forma totalmente transparente, as dimensões obrigatórias. É de realçar que edifícios com 3 andares ou menos não são obrigados a ter um elevador, mas são obrigados a conservar um espaço para a instalação do elevador, no futuro.
Estes três andares podem não ser suficientes para que a instalação não seja obrigatória: se ultrapassar os 11 metros de altura, a presença de um ascensor é obrigatória por lei.
Por outro lado, considera-se um elevador totalmente acessível para qualquer tipo de mobilidade reduzida quando este apresenta, pelo menos, 1m2 de espaço útil na cabine, sendo que o ideal seja de 1,2m2. Este valor contempla eventuais movimentos de uma cadeira de rodas dentro da cabine, bem como a presença de um segundo elemento, no caso da pessoa com mobilidade reduzida não ser capaz de manejar a cadeira de rodas.
Neste sentido, o conselho que me vejo obrigado a dar é a procura por um especialista legal, na altura de contemplar a instalação de um elevador num prédio. É também de referir que, caso o edifício já tenha um elevador que respeite a lei, a instalação de um segundo não necessita de cumprir os mesmos moldes legais, pelo que, a partir daí, os elevadores que falarei também são aplicáveis num prédio.
Elevadores para Casa
Também neste tipo de modalidade, um elevador com 1×1,2m, ou mesmo 1,2m2 de espaço útil oferece todas as condições para a acessibilidade total para um indivíduo com mobilidade reduzida.
No entanto, para este efeito, a legislação não prevê nenhuma obrigação inerente por parte do proprietário. Assim sendo, todas as modalidades podem ser instaladas numa casa. É nestas que nos focaremos daqui em diante:
Elevador Unipessoal
Um pequeno elevador pode ser extremamente útil no seio de uma casa. Seja para facilitar a mobilidade entre andares, seja para transportes de carga, há modelos pequenos, sem necessidade de quarto de máquinas ou fosso, pelo que a sua instalação e obras associadas se tornam mais baratas.
Com estes elevadores, pode aproveitar pequenos espaços dentro de sua casa, até a um metro quadrado, que podem ser facilmente instalados entre as escadas, em espaços vazios entre a garagem e o primeiro andar, sem necessidade de obras substanciais.
No caso dos elevadores pneumáticos, pode apenas necessitar de 80cm2 para instalar um elevador capaz de transportar um indivíduo.
Estes valores incluem já o espaço necessário para que a maquinaria associada à mobilidade do elevador seja implementada, ou seja, os componentes, hidráulicos ou elétricos, que energizam o elevador.
Também, como elemento positivo, é que estes elevadores são, na maioria dos seus modelos, monofásicos, pelo que não terá de renegociar o seu contrato energético ou alterar a disposição do sistema elétrico da sua casa. Pode, assim, poupar em obras adicionais.
Fatores a ter em consideração:
- Espaço para a instalação: Em termos de preço, o elevador unipessoal, enquanto modelo, não contempla a totalidade do orçamento que deve ter em conta. Se não possui um espaço ideal para a instalação, pode ver-se envolvido em obras, que aumentarão o seu orçamento. Pode optar, por outro lado, pela colocação do elevador na zona externa da casa, para evitar obras de maior no interior.
- Contrato de manutenção: Um contrato de manutenção deve ser, sempre que possível, anual, e contemplar todas as necessidades que poderá ter, como troca de peças facilmente perecíveis, possíveis arranjos necessários, e serviços de urgência disponíveis 24 horas por dia.
- Consumo energético: Um fator a favor deste tipo de elevadores, a sua baixa velocidade e dimensão permitem gastos marginais, semelhantes a qualquer electrodoméstico que possui em casa.
Alternativas para ascensão de objetos
Se pensa num pequeno elevador para transporte apenas de objetos ou cargas, há outras possibilidades a ter em conta e, além disso, também mais em conta para a carteira. Falo de monta-pratos, por exemplo, que podem transportar até 100kg de carga até 13 metros. Este é um valor em tudo semelhante ao alcance dos pequenos elevadores, pelo que pode ser uma variação do seu agrado.
Consulte um especialista
A generalidade da população só se coloca perante o mercado dos elevadores por alguma necessidade imprevista, ou na altura da construção de um imóvel. Por outro lado, existem pessoas, especialistas, que lidam com as diversas marcas e modalidades diariamente e, que, advindo desse facto, pode avaliar as suas necessidades, a morfologia da sua casa ou prédio, e o seu orçamento, e com estas informações, guiá-lo/a até à melhor solução disponível no mercado, com todas as garantias.